Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues

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Este Momento I

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Eu nunca trocaria os meus amigos surpreendentes, a minha vida maravilhosa, a minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.

Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo. Eu tornei-me o meu próprio amigo…

Eu não me censuro por comer um cozido à portuguesa ou uns biscoitos extra, ou por não fazer a minha cama, ou pela compra de algo supérfluo que não precisava. Eu tenho o direito de ser desarrumado, de ser extravagante e livre.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.


Quem me vai censurar se resolvo ficar lendo ou a jogar no computador até às quatro horas e dormir até ao meio-dia?

Eu dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 e 70, e se ao mesmo tempo, desejar chorar por um amor perdido… Eu choro!

Vou andar na praia com um calção excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet sky.

Eles também vão envelhecer.


Eu sei que às vezes esqueço algumas coisas. Mas há muitas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu recordo as coisas importantes.

Claro, ao longo dos anos o meu coração foi quebrado. Como pode não quebrar o coração quando se perde alguém querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?

Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e tolerância. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.


Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos no meu rosto.

Muitos nunca riram.
Muitos morreram antes dos seus cabelos virarem prata.

Conforme se envelhece, é mais fácil ser positivo. Preocupamo-nos menos com o que os outros pensam.

Eu não me questiono mais. Eu ganhei o direito de estar errado.

Eu gosto de ser velho. Dá-me um gozo especial poder dizer isso!


A idade libertou-me. Eu gosto da pessoa em que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu estiver aqui não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou preocupar-me com o que será.

E vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).

Que a nossa amizade perdure até ao esquecimento final.

Já fui diferente, certamente todos fomos diferentes, mas quero que os princípios de vida que, agora, me orientam se mantenham para todo o sempre, seja lá o que for essa coisa do “sempre”.

E que entre nós sejamos capazes de resistir aos altos e baixos dos humores momentâneos.
E que entre nós cimentemos, cada vez mais intensamente, a Fraternidade que nos une.


Estamos afastados, com tentativas várias vezes frustradas de contacto pelas tecnologias ditas “novas”.

Zoom, Webex e quejandos… Se, para estarmos ligados, for necessário recorrer a estas ferramentas… estamos mal.

Porque a RLMAD tem sido referida como exemplo, tem sido tomada como referência e nós enchemos o peito porque somos os melhores… aproveitei um texto de autor desconhecido para Vos moer o juízo neste final de ano Maçónico.

Desejo, para todos os que estão e para todos os que não puderam estar, um bom período de descanso.

Deixo os meus votos de Liberdade para todos, na Igualdade e Fraternidade que defendemos.


Mais, peço, meus Irmãos, que aproveitem para rever tão atentamente quanto possível, o Regulamento da Loja e mesmo muito atentamente os detalhes do ritual.

Revejam os rituais de cada grau, os procedimentos em cada cerimónia.

Quem cá está há uns anos sabe que a Loja sofre de… afastamento.
Afastamento ideológico e afastamento físico, digo eu que o primeiro resulta muito do segundo.


Ah, e de uma certa tendência para sermos “os bons” que acaba por vezes na dificuldade de perceber ou aceitar diferenças.

Não podemos ter ilusões, cada um de nós tem cabeça própria e pensa diferente dos restantes.

Defendemos, cada um de nós, políticas diferentes, clubes diferentes, soluções diferentes para as questões que se nos deparam.

Só que essas diferenças têm de valer para nos unir e não para nos afastar.

Se pensássemos todos pela mesma cabeça seriam uma sensaboria estes encontros e não haveria Maçonaria.


Quem quer explicar a Cadeia de União?
Para que serve a Cadeia de União?
Se é só para dar um “ar”, não vale a pena.

Em última análise, em confronto com dúvidas complicadas de resolver, paremos e pensemos no que andamos a fazer.

E principalmente pensemos na Cadeia de União e no seu significado.

Tolerância… precisa-se! Amor precisa-se!

Há mais vida para além das nossas opiniões.

E se somos os bons… se queremos continuar a ser os melhores, então temos de estar de corpo inteiro. Não chega mandar as camisolas… temos de ir dentro e trabalhar.


Tolerância é preciso! Amor é preciso!

E quem nunca se enganou, quem nunca teve dúvidas que ponha agora a mão no ar.

E quando aconteceu foi bom ou não, ter alguém que apontando o erro deu a dica para a correção?

Sem arreganhos, sem superioridade gratuita e provavelmente inexistente.

Tolerância… precisa-se! Amor precisa-se!


E para todos aqueles para quem os cuidados com a saúde forem mais prementes, que a recuperação completa seja rápida e que rapidamente possam voltar às rotinas diárias.

(Autor desconhecido com adaptação pessoal)

J:Paiva Setúbal  M∴M∴

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