Nota Introdutória
Como Segundo Vigilante e responsável pela Coluna do Norte, tenho o prazer de apresentar esta prancha redigida pelos nossos Irmãos Aprendizes. Foi escrita durante uma sessão em que, por ocasião de uma Exaltação a Mestre, os Aprendizes se retiraram do Templo, conforme o costume.
O tema da prancha, Assiduidade Maçónica, foi proposto pelo próprio Muito Respeitável Grão-Mestre, que se encontrava presente nessa sessão. A reflexão que aqui se apresenta, nascida da humildade e do entusiasmo dos que agora iniciam o seu caminho, foi tão bem acolhida que mereceu publicação nas Flashnews da Grande Loja.
Que esta pedra, ainda tosca mas sincera, inspire todos a permanecer firmes na construção do Templo interior e colectivo.
Assiduidade Maçónica
Muito Respeitável Grão-Mestre, Venerável Mestre, meus Queridos Irmãos em todos os vossos graus e qualidades.
É com humildade e sincera vontade de aprender que me apresento diante de vós para partilhar algumas reflexões sobre a assiduidade
maçónica, um tema que, para mim Aprendiz, ainda nas primeiras pedras do meu edifício interior, assume um valor profundo. Quando fui
iniciado, compreendi que a Maçonaria não é apenas um conjunto de rituais ou um espaço de convívio fraterno., mas sim um caminho de
transformação pessoal, onde cada sessão representa uma oportunidade de lapidar a pedra bruta que sou.
Nesse sentido, estar presente, com o corpo e o espírito, nas sessões de Loja é mais do que uma obrigação: é um ato de compromisso com o
meu próprio aperfeiçoamento.
A assiduidade, para mim, não é apenas marcar presença — é viver a maçonaria de forma constante, é fazer parte ativa de uma cadeia de
união que se fortalece cada vez que nos reunimos em loja. E este requisito de assiduidade é transversal, pois aplica-se a todos os Irmãos, não apenas aos Aprendizes, pois a sua ausência tem reflexo na minha caminhada, no meu desenvolvimento Maçónico e no meu aperfeiçoamento.
Quando falto, mesmo que por motivos justos, sinto que quebro, ainda que momentaneamente, esse elo invisível que nos une. Como aprendiz, não compreendo ainda todos os símbolos, nem todos os gestos, mas compreendo que o tempo que passamos juntos na loja é sagrado. É o momento em que deixamos o mundo profano lá fora e mergulhamos numa dimensão de silêncio, de escuta e de construção coletiva. E quanto mais vezes aqui estou, mais me apercebo da importância dessa frequência regular, não apenas para mim, mas para todos nós.
Entendo também que a vida profana traz deveres, imprevistos, exigências. Todos somos pais, filhos, trabalhadores, cidadãos, contudo, acredito que a verdadeira Maçonaria começa quando escolhemos, apesar das dificuldades, dar prioridade a esta obra interior, que é ao
mesmo tempo pessoal e coletiva. E a assiduidade é o reflexo dessa escolha. A presença constante na Loja é também uma forma de mostrar respeito pelos irmãos: por aqueles que preparam os trabalhos, por aqueles que esperam a nossa palavra, por aqueles que nos ajudam,  Silenciosamente, a trilhar o caminho da virtude. Ao estar presente, demonstro que valorizo o tempo, o esforço e a dedicação de todos.
Queridos Irmãos, este trabalho é apenas uma pedra ainda tosca, mas sincera. A assiduidade, como a vejo, é uma ferramenta invisível, que afina o nosso espírito, solidifica os laços fraternos e mantém acesa a chama da busca iniciática. Estar presente é, para mim, uma forma de dizer: “Quero ser melhor. Quero construir. Quero aprender convosco.” Que eu nunca me esqueça disso e que o Grande Arquiteto do Universo me conceda forças para estar aqui sempre que as colunas forem erguidas.
Disse(mos)
André R∴ / Hugo M∴ / Nuno S∴


Deixe um comentário