O Compasso

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Símbolo do espírito, do pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também do relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto).

A Régua de 24 polegadas, o Prumo, o Nível, o Esquadro e o Compasso são instrumentos simbólicos que o maçon deve aprender a manejar com maestria.

Filosoficamente, o homem constrói a si mesmo, e, para que resulte em um templo apropriado para glorificar o Grande Arquitecto do Universo, torna-se indispensável saber usar cada um dos principais instrumentos da construção.

Dos alicerces ao tecto, todos eles são indispensáveis, e quando surgir em nosso caminho algo em aparência de incontornável lancemos mãos da alavanca. Removido o obstáculo, teremos uma edificação gloriosa que nos honrará. O Compasso é, em Maçonaria, um dos máximos Símbolos, ao lado do Esquadro e do Livro da Lei Moral, formando, com esses dois, o conjunto chamado de Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria.

Compasso – É um instrumento de metal, ou de madeira, composto de duas hastes, utilizado para traçar circunferências, arcos de círculo e para tomar medidas.

O Compasso é um dos instrumentos de trabalho e um dos tributos da Maçonaria. Este instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados o alcance e as consequências dos actos que devem permanecer fraternos para com todos e, muito particularmente para os Maçons. É, portanto, o emblema da Sabedoria visto que, graças ao Compasso, todas as coisas podem ser medidas ao seu justo valor.

Com o Compasso, descrevem-se círculos cujo centro ele indica nitidamente, assim como os raios e o diâmetro. Intelectualmente, o Compasso é a imagem do pensamento nos diversos círculos que ele percorre; o afastamento de seus braços e sua aproximação representa os diferentes modos do raciocínio que, de acordo com as circunstâncias, devem ser abundantes e amplos, ou precisos e estreitos, mas sempre claros e persuasivos.

O círculo centrado pelo ponto é a primeira figura que se pode traçar com a ajuda de um compasso; essa figura é o emblema solar por excelência. Ela combina o Círculo (infinito) com o ponto (símbolo do início de toda manifestação). O absoluto e o Relativo estão, portanto, representados pela acção do Compasso, que é também a figura da dualidade (braços) e da união (a cabeça do Compasso). É um dos atributos que a Divindade é representada e explicada, visto ser o vértice do mesmo uma alegoria do olho de Argos da Divindade que tudo vê, e seus ramos a claridade dos eflúvios que se derramam sobre o homem ou a matéria, neste caso, estão representadas pelo Esquadro.

É por isto que, no 1º Grau, vê-se o Esquadro colocado sobre o Compasso, manifestando assim que o homem que não vencer o seu “Eu” material, invadido pelo erro e preconceito, não pode receber completamente estas emanações da Divindade, até que lho permita seu próprio esforço por vencer suas paixões e seus vícios, por meio de uma vontade firme e incontestável.

O Compasso representa o céu, para onde o Iniciado deve dirigir suas vistas; o Esquadro representa a Terra onde o acorrentam os seus vícios e paixões.

Por isto que o Compasso simboliza o dever imperativo de dominar nossas paixões e refrear nossos desejos nos devidos limites. É o emblema mais notável da virtude e a única e verdadeira medida do Maçom. Podemos dizer que ele nos ilumina em nossos deveres para connosco mesmo.

Sabe-se que o Compasso é usado como símbolo de perfeição nas artes, visto que dele surgem as mais complicadas figuras, todas elas perfeitas e obedecendo a um centro comum, e desse mesmo modo pretende-se explicar que a Divindade, foco central de toda beleza e inspiração, derrama sobre os homens seus dons por igual.

Entrelaçado ao Esquadro, ele é usado como emblema da Ordem Maçónica. O simbolismo do Compasso é muito extenso. Além de ser o emblema da justiça com que devem ser medidos os actos dos homens, ele simboliza a exactidão, medida na pesquisa dos sentimentos pelos quais devem ser pautados os actos de cada um, a perfeição industrial, artística e científica.

O Compasso é rectidão, harmonia e compreensão da Lei e de uma realidade superior. É a moderação dos nossos desejos, a compreensão e o conhecimento da verdade, estabelecendo as perfeitas relações entre as coisas.

O Compasso é um símbolo das relações do Maçon com seus Irmãos e com os demais homens. Um dos seus ramos fixa-o num ponto, ao redor do qual a outra ponta pode traçar inúmeros círculos, de acordo com a abertura, e esses círculos são símbolos de nossas Lojas e da Maçonaria, cuja extensão pode ser indefinida.

No plano exotérico o Compasso simboliza a justiça pela qual devem ser medidos os actos dos homens, significando a prudência nas buscas empreendidas pelo Maçon. O Compasso é um instrumento que proporciona o traçar de círculos cada vez maiores, indo do zero ao infinito expressando a abrangência da arte do saber.

Do ponto de vista esotérico, o Compasso simboliza as qualidades do espírito ou mente e os atributos do conhecimento filosófico do ser infinito, o corpo astral. A amplitude de acção sugerida pelos movimentos circulares e progressivos de suas hastes expressa o quanto o conhecimento humano é capaz de atingir, quando bem dirigido, muito embora a circunscrição da totalidade seja competência única e exclusiva do Grande Arquitecto do Universo.

Segundo um autor, “o Compasso descreve círculos que se dirigem aos céus, dos quais descem as influências fecundantes. De facto, o Compasso é um símbolo masculino e representa a Potência geradora ou a Energia criadora da Divindade”.

A ponta do Compasso colocada sobre o peito desnudo do Recipiendário, assento da consciência, recorda-nos a vida passada, na qual, não só os nossos passos, como ainda as nossas ideias, ainda não eram guiados por esse símbolo de Exactidão, que, no Maçom, regula pensamento e acções.

O compasso mede os mínimos valores até completar a circunferência e o círculo. O Círculo centrado pelo ponto é a primeira figura que é possível traçar com o auxílio do Compasso. Sejamos o centro desse círculo, onde fixamos uma das hastes do compasso e, girando sobre nós mesmos, executaremos com facilidade o projecto perfeito.

O entrelaçamento do compasso com o esquadro será o distintivo permanente da Maçonaria. Nossa vida é uma prancha onde grafamos os projectos que, estudados e calculados os seus valores, resultarão no caminho completo para a construção de nosso ideal.

Uma Loja Maçónica é o único lugar onde o Esquadro se entrelaça com o Compasso, numa demonstração de aliança perfeita dos sentires de rectidão dos seus obreiros militantes. Quando unidos, deles deflui a lição que manda o Iniciado regular sua vida e acções. Lembramos que no Grau de Aprendiz, o Esquadro deve ser colocado por cima do Compasso, isto é, o Esquadro cobre os dois braços do Compasso, indicando que nesse grau não se pode exigir mais do neófito além de sinceridade e confiança, consequências naturais da equidade e da rectidão. Nesta ocasião, o Esquadro simboliza a Matéria e o Compasso o Espírito. Assim, no simbolismo do 1º Grau, esta posição significa que, no Aprendiz, a Matéria ainda domina o Espírito.

Apontando para baixo, o Compasso designa a instância da terra, onde todas as criaturas desenvolvem suas respectivas missões humanas. O Esquadro, pelo contrário, estabilizando na situação inferior com as extremidades voltadas para cima, indica as alturas celestiais para onde os homens retornarão após o término de seus dias neste mundo.

Este instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados o alcance e as consequências dos actos que devem permanecer fraternos para com todos e muito particularmente para os Maçons.

Valdemar Sansão – M:. M:. – vsansao@uol.com.br

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1 Response

  1. Márcio De Tomim diz:

    Boa tarde e
    ..GRATIDÃO semore..com o Ass um meu processo lapidatuvo.. recém renascido..busco aprender e desbaste perfeito..GRATIDÃO T.”.F.”.A.”.

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