A Loja e o Convento

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I

Havia um Noviciado
Numa certa Prelazia,
Cujo prédio era encostado
Junto com a Maçonaria

II
Todo domingo, Dom Bento
Com fervor rezava a missa
Na Capela do Convento,
Para a turma de Noviça.

III
Bem na hora do café
Com a Madre Directora,
Perguntava: – Como é ?
Descobriu, Superiora ?

IV
Que fazem esses Maçons
Trancados naquela casa ?
Seus intentos não são bons.
Com mulheres mandam brasa…

V
– Senhor Bispo, não tem jeito
De saber, tudo é fechado !
Até mesmo com o Prefeito
Reclamei sem resultado.

VI
– Mais uma vez vou lembrar
Que há perigo imediato
De Noviça engravidar,
E o Bispo paga o pato.

VII
Passava uma velha freira,
Que vinha da Sacristia,
E afirmou, bem certeira,
Que perigo não havia.

VIII
Refazendo a esperança
E a paz do seu Prelado,
Declarou com segurança:
– Todo Maçom é castrado.

IX
– Irmã, que papo avançado !
Você viu, já esteve lá ?
Interrogo-lhe o Prelado,
Sem querer acreditar.

X
-Vou contar minha babada:
Nessa Loja, senhor Cura,
Tem uma porta lascada
Bem junto da fechadura.

XI
Certa noite, houve uma festa,
A tal da Iniciação…
Pus um ouvido na fresta,
Com cuidado e precaução.

XII
Só escutei. Não vi nada.
Foi grande a surpresa minha.
Pareceu forte pancada
De golpe de machadinha.

XIII
E ouvi com desespero,
Uma voz determinar:
Irmão Mestre Hospitaleiro
Trazei o saco ao altar.

XIV
E o Bispo foi-se embora,
Bem tranquilo e sorridente,
Confortado pela história
Da freirinha convincente.

Quadras de Autor desconhecido

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