O Manuscrito Halliwell ou Poema Regius

Partilhe este Artigo:

O Poema Régio (Regius Poem), também conhecido como Manuscrito Halliwell, é o mais antigo documento maçónico de que se tem conhecimento, embora esta posição seja contestada por alguns autores em favor da Carta de Bolonha.

Algumas Informações:

O texto original foi gravado em inglês arcaico, com letras góticas, sobre pele de carneiro. É composto por 64 páginas, contendo 794 versos. A data de sua produção, segundo especialistas, estima-se como sendo situada na década de 1390, apesar de que, supõe-se que tenha sido copiado de um documento mais antigo. O autor é desconhecido e o local de origem, segundo o historiador maçónico Wilhem Begemann, é a cidade inglesa de Worcester (fundada em 407 DC).

Desde a sua redacção até ser descoberto como documento maçónico, o trajecto percorrido pelo manuscrito é um tanto incerto.

Aparentemente, ele foi propriedade de vários antiquários e coleccionadores, tendo sido adquirido pelo Rei Carlos II, passando a pertencer à biblioteca real (Royal Library), a qual, em 1757, foi doada pelo Rei George II ao Museu Britânico. Actualmente, o documento original está guardado na Biblioteca Britânica (British Library) e faz parte da Colecção Real de Manuscritos (Royal Manuscript Collection). Para aqueles que gostariam de lê-lo em inglês é possível adquirir uma cópia por download no site da livraria virtual Amazon.com.

Do que trata o documento:

Durante muito tempo, o Poema Régio foi descrito como um poema sobre obrigações morais, até que, em 1840, um antiquário inglês de nome James Orchard Halliwell-Phillips (que não era maçoo) o estudou e descobriu sua essência: um documento relativo à maçonaria operativa.

O documento é composto de várias partes que contêm lendas, episódios bíblicos, descrições de artes e normas. A sua leitura faz-nos concluir que o seu objectivo principal é transmitir as normas, regulamentos ou estatutos do ofício de franco-maçon e da corporação. O texto cita o Rei Athelstan (924-939) como o estimulador da criação dessas normas, referindo que ele convocou um encontro de maçons para que fossem estudadas e definidas as leis, regras e preços do ofício. Nele, a Maçonaria é mencionada como Geometria.

Uma interpretação adjacente sobre o texto, feita por alguns estudiosos, vê nele como tema recorrente ou motivo central a apresentação do Oficio de Construtor como uma actividade nobre, ligada à realeza e à aristocracia. Por isso, seria atribuído à Maçonaria o título de Arte Real.

O Nome:

No original, o documento não tem um nome específico, pelo que acabou tendo mais de um: Manuscrito de Halliwell, como referência ao seu descobridor e/ou intérprete, James Orchard Halliwell-Phillips; e Poema Régio ou Manuscrito Régio, pelo facto de ter pertencido à colecção de livros e manuscritos da Biblioteca Real Inglesa.

As partes:

O Poema Regius é composto pelas seguintes partes:

  1. A Fundação da Maçonaria segundo Euclides;
  2. Introdução da Maçonaria na Inglaterra sob o reinado de Athelstan;
  3. Os Deveres: quinze artigos;
  4. Os Deveres: quinze pontos adicionais
  5. Relato de “os Quatuor Coronati”
  6. Relato de Torre de Babel
  7. As Sete Artes Liberais
  8. Exortação sobre a missa e como se conduzir na igreja;
  9. Introdução sobre as boas maneiras.

Pode ser lido aqui

Partilhe este Artigo:

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *