A mais Sublime Cerimónia

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O progresso dentro da Maçonaria exige dos seus membros a passagem por tantas outras cerimónias de admissão nos graus; há contudo uma cerimónia que está acima da concessão de qualquer grau, e a mais sublime de todas elas, é a Cerimónia de Instalação.

Instalação é o acto pelo qual se dá posse de um cargo ou de uma dignidade: Investidura. Chama-se Instalação somente aquela que concede o direito de exercer privilégios de um ofício. Em Maçonaria, diz-se do acto que inaugura uma Oficina devidamente autorizada e na qual é instalada a sua primeira administração. Os Oficiais de uma Loja, depois de sua eleição e antes de poderem exercer as suas funções, devem ser instalados. É, principalmente, a cerimónia pela qual os Grãos-Mestres e os Veneráveis são colocados no trono da sabedoria.

Os Oficiais de uma nova Loja são instalados pelo Grão-Mestre ou por algum ex-Venerável presente (Mestre Instalador), e o Venerável eleito instala então os oficiais subordinados.

É uma lei da Maçonaria que todos os oficiais se mantenham nos seus postos até serem instalados os seus sucessores.

A Instalação é uma cerimónia maçónica que entrou em uso desde os primeiros tempos da Maçonaria especulativa. Referindo-se à maneira de construir uma nova Loja, dizem as Constituições de 1723 que, depois de certos preliminares, “o Grão-Mestre, por certas cerimónias significativas e segundo os antigos usos, instalará (o primeiro Mestre) apresentando-lhe as Constituições, o Livro da Loja e os Instrumentos do seu ofício, não todos juntos, mas um por um; e depois de cada um deles, o Grão-Mestre ou seu Delegado, se referirá ao limitado e expressivo dever adequado ao objecto apresentado”.

O Mestre Instalador, denominação dada à pessoa que realiza a chamada Cerimónia de Instalação, que devem ser submetidos Veneráveis e Grão-Mestres eleitos, obedecendo a regra maçónica que todo aquele que foi instalado num cargo pode instalar outro num cargo similar ou inferior.

Contudo, a estrita regra maçónica exige a presença de três Past-Masters na Instalação de um Venerável. Past-Master é o titulo dado na Maçonaria anglo-saxónica ao ex-Venerável de uma Loja Simbólica, significando que já “passou” pela cadeira do Rei Salomão. No Brasil, o título foi adoptado pelas Grandes Lojas, enquanto no Grande Oriente se diz “ex-Venerável”. Ao término do seu mandato, o Venerável transmite o cargo a outro Mestre eleito regularmente pelos membros do quadro, passando a ser então um ex-Venerável ou Past-Master, isto é, aquele que já foi Mestre ou Venerável e conservando, naturalmente, quando for o caso, a sua condição de Mestre Instalado. O primeiro Venerável de uma Loja somente pode ser Instalado por um Grão-Mestre, ou por um Past-Master especialmente indicado para actuar como seu substituto.

PARA SER VENERÁVEL DE UMA LOJA

O Venerável Mestre deve ter estudado a ciência maçónica e desempenhado os postos e dignidades inferiores. É necessário que possua um conhecimento profundo do homem e da sociedade, além de um carácter firme, mas razoável. As atribuições e deveres dos Veneráveis são muitos e de várias índoles e acham-se definidos e detalhados com precisão, de acordo com o Rito, a Constituição, o Código Maçónico, Leis e Resoluções da Potência de sua jurisdição, os decretos e Actos do Grão-Mestre, o Regulamento Particular e as deliberações da Loja.

Segundo o Ir.’. Gonzáles Ginório, da Venezuela, para ser Venerável Mestre de uma Oficina Maçónica, e por conseguinte tornar-se o guia dos Irmãos que compõem a sua Loja, o candidato deve possuir os seguintes predicados:

  1. Sentir-se Maçon, de preferência a qualquer outra formação doutrinária;
  2. Não ser indiscreto, injusto ou indiferente;
  3. Não estar despido de entusiasmo e de espírito;
  4. Não ser indisciplinado, intolerante, inconformado e irascível;
  5. Não ser invejoso, apaixonado, rancoroso e intrigante;
  6. Ser estudioso e não superficial;
  7. Não alardear e abusar de sua inteligência;
  8. Não cabalar em eleições;
  9. Não pedir, suplicar ou de qualquer forma desejar posições.

Há sem dúvida um Sinal infalível: o verdadeiro candidato para o posto governante de sua Loja é o Maçon que não pede cargo; não o cobiça e que, aspirando essa exaltação como um ideal, não se julga merecedor dela. Sentir-se sem mérito para um posto de preeminência é apreciar a dignidade do cargo e começar a ser merecedor do mesmo.

Conhecidos os pré requisitos que deve possuir um Venerável Mestre, devem os Mestres maçons, instalados ou não, procurarem nas suas Oficinas Irmãos que atendam a estas condições para que possam ser “o Pai, o Conselheiro, o Chefe e para tanto, deve ser aquele que harmoniza e pacifica; aquele agente transformador, aquele que, transformando-se, ajuda o seu Irmão também transformar-se; que passa a viver e representar a vontade da maioria sem impor a sua própria vontade”. Essa reunião de elementos concretos ou abstractos de um todo, só reúne um líder que “mobiliza” os Irmãos a seu favor, que define as metas, mostra os caminhos e faz com que todos tenham vontade e orgulho de caminhar a seu lado.

Para ser claro, ser Venerável Mestre de uma Loja requer que o Mestre maçon, regularmente Iniciado, Elevado e Exaltado, possua:

  • reputação ilibada;
  • seja sincero e verdadeiro;
  • seja afável no trato, inabalável, firme, arraigado, constante, intrépido e intransigente em seus princípios;
  • seja amante da sabedoria;
  • versado na nobre ciência da Arte Real, e
  • ter sido legalmente eleito pelos Mestres Maçons de sua Loja.

É na Oficina que se forja o homem maçon que irá zelar pelos destinos maiores da Sublime Instituição.

O cargo de Venerável é electivo e temporário. O exercício do cargo de Venerável dignifica seu ocupante, por ter sido escolhido entre os seus pares para a distinção de representá-los e conduzi-los à continuidade, visto, pois, como iluminado para a direcção dos trabalhos, e tudo com sabedoria precisa para a orientação dos obreiros do quadro.

Na essência, o Venerável Mestre é um coordenador, um instrumento gerador de frequência, de vibração, um modelo organizador, mediador, aglutinador, preceptor, é com certeza um líder, tendo por princípio ser possuidor de grandes virtudes, e não um mandante, decisor, chefe ou ditador, mesmo porque lhe cabe manter a união do grupo, a harmonia do todo, o exemplo da conduta maçónica. É só ter a coragem de enxergar as coisas como elas são, sem ter a mente embaçada, pelo conformismo, e saber diferenciá-los. Mas isto tudo não se completará se o Venerável se esquecer da humildade e do senso de justiça que o cargo exige.

Se não for possível ao Irmão ter certeza de possuir os pré requisitos de um Venerável Mestre ou, ainda, as qualidades de um Mestre Instalado, não deve aceitar o Primeiro Malhete de sua Oficina.

Este Mestre deve ser o exemplo da conduta moral e espiritual de uma comunidade maçónica, pois este é o seu destino, assumido de livre e espontânea vontade. Deverá ser o espelho de sua Oficina ou sua Oficina seu espelho. Deverá ser um exemplo no cumprimento das Leis, Regulamentos, Regimentos, etc., que regem a Sublime Instituição, não descurando, no mínimo detalhe, da ritualística.

Concluindo, diríamos que, somente seremos fortes, individual e colectivamente, no dia em que conhecermos nossas fraquezas e nos dispusermos ao trabalho de sustentação das Colunas, suporte, amparo, e apoio do Venerável Mestre de nossa Augusta e Respeitável Loja Simbólica, pois sabemos que o homem se mantém e cresce na proporção da força do apoio de seus Irmãos.

Artigo do I:. Valdemar Sansão

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