Os Símbolos Maçónicos
A simbologia maçónica possui uma linguagem lógica e complexa, utilizando desde símbolos com figuras geométricas a sinais, toques de mão e batidas especiais. Os símbolos, não valem por si, mas pelo significado que encerram e que importa conhecer; conhecer o seu significado deve ser portanto uma das prioridades para o Aprendiz Maçon, talvez a mais importante. A seguir se transcrevem os principais símbolos maçónicos, que devem ser conhecidos no Grau de Aprendiz:
ACÁCIA
A Acácia é a planta símbolo por excelência da Maçonaria, sendo utilizada pelos Mestres Maçons como sinal de identificação, representa a segurança, a clareza, e também a inocência ou pureza. A Acácia foi tida na antiguidade, entre os hebreus, como árvore sagrada e adoptada como símbolo maçónico. Os antigos costumavam simbolizar a virtude e outras qualidades da alma com diversas plantas. A Acácia é inicialmente um símbolo da verdadeira Iniciação para uma nova vida, a ressurreição para uma vida futura.
A interpretação simbólica e filosófica da planta sagrada é riquíssima e lembra a parte espiritual que existe dentro de nós que, como uma emanação de Deus, jamais pode morrer. A acácia é, simplesmente, a representação da alma e nos leva a estudar seriamente nosso espírito, nosso eu interior e a parte imaterial da nossa personalidade.
AVENTAL
O Avental é o elemento principal das insígnias maçónicas, sendo o símbolo do trabalho.
O avental é, invariavelmente, de pele. Branco para os aprendizes e companheiros, branco orlado de vermelho ou azul celeste (de acordo com a Potência da loja simbólica ou com o Rito praticado), para os mestres.
É, geralmente, composto por um rectângulo – mas pode mudar de forma para um hexágono e para semicírculo, alusivo à forma do Templo de Salomão, a que se sobrepõe uma abeta triangular. A abeta no primeiro grau (Aprendiz) encontra-se levantada enquanto que nos demais graus encontra-se dobrada para baixo.
No segundo grau a aba é dobrada para baixo com entrada no grau de Companheiro Maçónico, onde o mesmo começa a percorrer caminhos mais esotéricos. As cores do rectângulo, as suas dimensões e decorações variam com os graus, as funções, os ritos, as obediências e a própria História.
CINZEL
Instrumento cortante numa das extremidades, usado por escultores e gravadores. O Cinzel é um dos símbolos específicos do Grau de Aprendiz, pois, sendo destinado ao esquartejamento da pedra (que transforma a pedra bruta em pedra cúbica, usada nas construções) ele simboliza a Razão, a Inteligência, enquanto que esotericamente, é o físico, ou a matéria, sobre a qual actua o espírito, que é o Maço.
COLUNAS
As três colunas, das três ordens arquitectónicas gregas (Dórica, Jónica e Coríntia) são as que, simbolicamente, sustentam a Loja Maçónica ou o Templo, sendo, por isso, assignadas ao Venerável Mestre e aos Vigilantes. A coluna Dórica, a mais forte, sem base e com um capitel simples, mas de alta plasticidade era a personificação da Força do homem, sendo, por isso, atribuida ao 1º Vigilante, responsável pela Coluna da Força. A coluna Jónica, mais esbelta, com uma base e um capitel trabalhados, com quatro voltas era a representação da Sabedoria, sendo, portanto a do Venerável Mestre, personificação da Sabedoria. A coluna Coríntia, com um capitel de maior beleza plástica é a representação da beleza, sendo atribuida pelo 2° Vigilante, responsável pela Coluna da Beleza.
COMPASSO
Representa a Justiça, pela qual devem ser medidos os actos do homem: simboliza, também, o comedimento na busca, já que, traçando círculos, delimita um espaço bem definido, símbolo do todo, do Universo. No plano esotérico, o Compasso é a representação das qualidades espirituais e do conhecimento humano.
O Compasso é considerado um símbolo da espiritualidade e do conhecimento humano. Sendo visto como símbolo da espiritualidade, a sua posição sobre o Livro da Lei varia conforme o Grau. No Grau de Aprendiz, os ramos do Esquadro cobrem as hastes do Compasso, mostrando que a materialidade suplanta a espiritualidade, ou que a mente ainda está ainda subjugada pelos preconceitos e pelas convenções sociais, sem a necessária liberdade para pesquisar e procurar a Verdade. O grau de abertura indica o nível do conhecimento humano, sendo esta limitada ao máximo de 90º, isto é ¼ do conhecimento. A sua Simbologia ainda é muito mais variada, podendo ser entendido como Símbolo da justiça, com a qual devam ser medidos os actos humanos. Simboliza a exatidão da pesquisa e ainda pode ser visto como Símbolo da imparcialidade e infalibilidade do Todo-Poderoso.
CORDA DE OITENTA E UM NÓS
É um adorno encontrado no alto das paredes verticais, com um nó central acima da cadeira do Venerável Mestre, tendo de cada lado quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo Sul, terminando, seus extremos, em ambos os lados da porta Ocidental de entrada, em duas borlas representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação). Essa abertura na corda significa que a Maçonaria é dinâmica e progressista, estando, portando, sempre aberta às novas ideias que possam contribuir para a evolução do homem e para o progresso racional da humanidade.
DELTA RADIANTE
O Delta, ou Triângulo Equilátero, é o símbolo das tríades divinas. O Delta maçónico, além dessa representação, tem, no seu interior, as letras do nome hebraico de Deus, embora também seja usado o Olho Onividente, que o assimilam ao olho da Sabedoria de Horus. O Delta simboliza a Sabedoria Divina e a presença de Deus. O Delta é o símbolo máximo presente em um Templo.
ESPADA
Instrumento de ataque e defesa é mais própria do Cobridor do Templo, o qual, simbolicamente deve usá-la para proteger o recinto contra eventuais intrusos. É o símbolo da combatividade do homem em defesa de seus domínios. Nas mãos do Venerável Mestre, a Espada Flamejante, simboliza o poder de que está revestido para “criar” e “construir” Aprendizes, Companheiros e Mestres.
ESQUADRO
Significa a rectidão, limitada por duas linhas: uma horizontal, que representa a trajetória a percorrer na Terra, ou seja, o determinismo, o destino; e outra vertical, o caminho para cima, dirigindo-se ao cosmo, ao universo, ao infinito, a Deus. Rectidão é a qualidade do que é recto, tanto no sentido físico quanto no moral e ético; assim, à rectidão física, emanada do Esquadro, corresponde a rectidão moral, caracterizada pelas acções de acordo com a lei, com o direito e com o dever, e a virtude de seguir rectamente, sem se desviar, a direcção indicada pela equidade. É um instrumento passivo e auxiliado pelo compasso. O seu desenho permite traçar o ângulo recto e, por tanto, esquadrejar todas as formas. Deste modo, é visto como símbolo, por excelência, da rectidão. É também a primeira das chamadas Jóias Móveis de uma Loja, constituindo-se na Jóia do Venerável, pois, dentre todos, este deve ser o mais justo e eqüitativo dos Maçons. O Esquadro, ao contrário do Compasso, representa a matéria – por isso é que, em Loja de Aprendiz, ele se apresenta sobre o Compasso. Predominância da Matéria sobre o espírito.
O compasso e o esquadro reunidos tem sido a mais antiga, bem como a mais comum representação da Instituição Maçónica. Tanto se apresentou este símbolo compasso-esquadro, que ele é prontamente reconhecido, até mesmo pelos profanos (pessoas não iniciadas na Maçonaria). É o sinal distintivo do Venerável Mestre uma vez que esotericamente representa a “Justa Medida”.
A Justa Medida quer dizer em última análise a Rectidão. Faz lembrar aos maçons em geral e a cada instante que todo as suas acções deverão ser implementadas com serenidade, bom senso e espírito de justiça. Faz recordar o compromisso solene assumido pelo iniciado, de sempre agir dentro de uma escola de perfeita honestidade e rectidão.
ESTRELA DE CINCO PONTAS
Sendo a Estrela do Oriente ou a Estrela Iniciação, é para os Maçons cristãos a que simbolizou o nascimento de Jesus; para estes é o símbolo do Homem Perfeito, da Humanidade plena entre Pai e Filho As Estrelas representam as lágrimas da beleza da Criação. Olhemos para cima, para o céu e encontraremos a nossa estrela guia.
Representa o homem nos seus cinco aspectos: Físico, Emocional, Mental, Intuitivo e Espiritual. Totalmente realizado e uno com o Grande Arquitecto do Universo. É o Homem de braços abertos porque já se encontra no domínio das suas paixões e das suas emoções. Apresenta a ligação com os cinco elementos encontrados dentro de um homem, e que constituem o microcosmo: fogo, terra, ar, água e éter (este sendo uma substância relacionada ao espírito), a estrela apresenta uma variedade de nomes como: pentagrama, pentalfa, estrela rutilante, etc.
Nos templos da Maçonaria, a abóbada celeste está adornada de Estrelas, representando as lágrimas da beleza da Criação ou menos dogmaticamente a extensão do universo onde nos encontramos. É o emblema da paz, do bom acolhimento e da amizade fraternal.
Considera-se também ser o símbolo que exalta a feminilidade uma vez que representa a deusa Vénus e traz na sua forma a trajectória realizada a cada oito anos por esse planeta em relação a Terra.
A estrela tem relação do homem de braços e pernas abertos com o Homem Vitruviano de Da Vinci.
LETRA “G”
É o símbolo de Deus, o Divino Geómetra. Uma das razões para ser tomada como símbolo sagrado da Divindade, é que a palavra Deus, inicia-se com “G” em vários idiomas: GAS, em Siríaco; GADA, em persa; GUD, em sueco; GOTT, em alemão; GOD, em inglês, etc. A letra “G” é a sétima letra de qualquer alfabeto que utilize o grafismo árabe e apresenta diversos significados:
- Geometria ou a Quinta Ciência – É fundamento da ciência positiva, simbolizando a ciência dos cálculos, aplicada à extensão, à divisão de terras, de onde surge a noção da parte que nelas a nós compete, na grande partilha da humanidade e dos direitos da terra cultivada;
- Gnose – É o mais amplo conhecimento moral, o impulso que leva o homem a aprender sempre mais e que é o principal factor do progresso;
- Gravitação – É a força primordial que rege o movimento e o equilíbrio da matéria;
- Geração – É a vida perpetuando a continuidade dos seres. Força Criadora que se acha no centro de todo o ser e de todas as coisas;
- Génio – É a inteligência humana a brilhar com seu mais vivo fulgor;
- Glória – a Deus;
- Grandeza – O homem, a maior e mais perfeita Obra da Criação;
- Gimel – Uma palavra hebraica, entende-se como “os deveres do homem para com Deus e os seus semelhantes”.
LIVRO DA LEI
Simboliza a Lei Divina. Quando da Cerimonia da Abertura do Livro e leitura de um trecho, espiritualiza-se a Loja e seus presentes.
LUA
Considerada desde a mais remota antiguidade, como a mãe universal, o princípio feminino que fertiliza todas as coisas, representa a alma. As suas forças são de carácter magnético e, portanto, opostas às do Sol, que possuem carácter eléctrico. A Lua deve estar representada na parte Ocidental do teto dos Templos, em meio às trevas, em oposição ao Sol, que está no Oriente, para mostrar a escalada iniciática do Obreiro, das trevas em direcção à Luz. Também pode estar presente no retábulo do Oriente, junto com o Sol, ladeando o Delta do lado em que ficar o Secretário, já que o titular desse cargo, na correspondência cósmica dos cargos em Loja, representa a Lua porque ele reflecte, nas actas, a luz que vem do Orador, personificação do Sol.
MAÇO ou MALHO
Instrumento utilizado para, actuando sobre o Cinzel, desbastar a pedra. Simboliza a Força de carácter a serviço da Razão e da Inteligência (representados pelo Cinzel). Do ponto de vista místico, é o espírito actuando sobre a matéria. Também é um símbolo específico do Grau de Aprendiz.
MALHETE
Pequeno martelo em madeira, emblema da vontade activa, do trabalho e da força material, instrumento de direcção, poder e autoridade utilizado por isso pelo Venerável Mestre e pelos dois Vigilantes em Loja;
NÍVEL
Instrumento para comprovar a perfeita horizontalidade da superfície, simboliza a Igualdade. O Nível maçónico é uma combinação de Nível e Prumo, com o formato de um Delta ou de uma letra A, de cujo centro pende um fio vertical, o qual, se a superfície não for perfeitamente horizontal, se deslocará para um dos lados. O Nível está presente na saudação do Grau, no movimento horizontal da mão direita até o ombro direito. E a jóia do Vigilante.
PAINEL
O Painel Simbólico da Loja de Aprendiz, mostra o pórtico e as colunas vestibulares, simbolizando a entrada no Templo; a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancha de Traçar, símbolos dos três Graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre, respectivamente; o Compasso e Esquadro entrecruzados, o Nível e o Prumo, simbolizando as três luzes da Oficina: Venerável Mestre, I ° e 2° Vigilantes, respectivamente; o Maço e o Cinzel, instrumentos de trabalho do Aprendiz no desbastamento da Pedra Bruta; três janelas simbolizando a marcha do Sol; a Corda de Nós; e uma Orla Dentada, enquadrando todo o conjunto, simbolizando os opostos.
PAVIMENTO MOSAICO
De origem sumeriana, simboliza, com seus quadrados brancos e negros, os opostos na vida do homem: a boa e a má sorte, a virtude e o vício, a riqueza e a miséria, a alegria e a tristeza, etc. Representa a mistura de raças, das condições sociais e do dualismo.
PEDRA BRUTA
Objecto de trabalho do Aprendiz, deve ser desbastada e esquadrejada para se transformar em Pedra Cúbica, polida e regular. Simboliza o próprio Aprendiz no seu esforço para se aperfeiçoar e polir seu carácter, a sua rectidão e a sua integridade; é, enfim, o próprio símbolo de seu aperfeiçoamento na Maçonaria.
PRUMO
Instrumento usado para medir a perfeita verticalidade de uma superfície, é o símbolo da profundidade do Conhecimento, da Rectidão e da Justiça. Representa, também, o Equilíbrio, ou Estabilidade, quando perfeitamente a Prumo. Está presente na saudação do Grau, no movimento vertical da mão direita ao longo do tronco. É a jóia do 2° Vigilante.
RÉGUA
Haste de madeira ou metal dividida em 24 partes; cada parte corresponde a uma polegada. Necessária para marcar os limites do esquadrinhamento da pedra para que as suas bordas sejam rectas, simboliza um caminho rectilíneo a seguir, com uma conduta recta, sempre à frente. É o emblema da disciplina, da moral, da exactidão e da justiça. Também é um símbolo do Grau de Aprendiz.
SOL
Desde os mais remotos tempos, o Sol é o símbolo da Luz. Para a Maçonaria a Luz é a do Conhecimento, do esclarecimento mental e intelectual. O Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente. Presente também no retábulo do Oriente, ladeando o Deita, junto com a Lua, estará do lado em que fica Orador, pois, na correspondência cósmica dos cargos em Loja, o Orador simboliza o Sol, pois dele emana a Luz, como Guardião da Lei.
TEMPLO
Símbolo da construção maçónica por excelência, da paz profunda para que tendem todos os maçons. Construindo o seu templo interior e construindo, em conjunto com os irmãos, um templo universal.
TROLHA (Ou colher de pedreiro)
Trata-se de uma espécie de pá achatada com a qual os Pedreiros assentam e alisam a argamassa. Sendo um instrumento neutro, deve ser visto como um Símbolo da tolerância, com que o maçon deve aceitar as possíveis falhas e defeitos dos demais Irmãos. Pode ser vista, também, como um Símbolo do amor fraternal que será, então, o único cimento que uniria toda a Maçonaria. Desta forma, passar a Trolha, significa perdoar, desculpar, esquecer as diferenças. Entendida desta forma, pode ser vista como símbolo da paz que deve reinar entre os maçons.
Compilado de textos diversos de autores não identificados