Vigésimo sexto V:.M:. – Luis N. C.
No ano maçónico de 2014/2015, a Loja Mestre Affonso Domingues teve como seu Venerável Mestre o Irmão Luís N. C..
Da geração dos primeiros tempos da Loja restavam já apenas uns quantos elementos. A Loja era agora essencialmente constituída por uma nova geração, que não vivera os tempos da implantação da Loja e, sobretudo, não passara pelo ordálio da cisão de 1996/1997. Todo um conjunto de formas de trabalhar, de equilíbrios, de cuidados eram agora praticados e vividos por quem não vivera os tempos e não passara pelos acontecimentos que forjaram essas formas, esses equilíbrios, esses cuidados. E seguramente não é o mesmo ter vivido situações e, por saber de experiência feito, ter a noção da razão de ser de certas escolhas, de determinadas práticas, ou apenas ouvir a informação do facto ou da ocorrência que subjaz a uma escolha ou à implantação de uma prática. Acresce ainda que os tempos passam, as memórias são falíveis e certamente haverá opções tomadas há mais de vinte ou vinte e cinco anos que agora nem sequer se sabe muito bem porquê… Para além de os tempos mudarem e as coisas evoluirem…
Por esta altura, era assim evidente que se aproximava um tempo em que seria necessário rever opções, refrescar práticas. A Tradição da Loja preza-se e é mantida, mas não pode deixar de se atender à evolução e é sempre preciso ajuizar serenamente se e quando há que mudar algo e como.
Mas o que parece óbvio em teoria é mais complicado na prática das coisas. É fácil dizer-se que devemos estar atento à necessidade de mudanças, de atualizações. Mais difícil – muito mais! – é decidir que concretas mudanças e atualizações são convenientes e como e em que sentido devem ocorrer…
Após o ano atípico anterior, claramente que a Loja precisava de um retomar da rotina que simultaneamente constituísse um tempo de pausa para clarificação de ideias em relação à efetiva necessidade de mudanças de práticas e ou de objetivos, e quais. Isso garantiu-o, e bem, Luís N. C..
O diagnóstico que então se fazia era que a Loja estava adaptada às rotinas e aos entendimentos dos mais antigos, da Velha Guarda, práticas e rotinas essas com que os mais novos – os mais recentes na Loja – não se identificavam totalmente. Havia uma transição de gerações a fazer, necessariamente com algumas mudanças. Nesse sentido, era necessário que os elementos da Velha Guarda se fossem paulatinamente afastando da primeira linha das decisões, dando lugar aos mais novos. A transição ir-se-ia então naturalmente fazendo e as mudanças aconselháveis surgiriam também tranquilamente.
Este era o estado da arte da Loja Mestre Affonso Domingues no ano em que Luís N. C. a dirigiu Fê-lo bem., fê-lo a contento e deixou ao seu sucessor a Loja pronta para continuar a sua natural evolução.
Rui Bandeira