As Três Viagens Simbólicas do Candidato

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Quando alguém ingressava nos Mistérios Menores, na Grécia ou no Egipto, considerava se que o primeiro e mais importante ensino que podia receber, era a verdade acerca das condições depois da morte, pois tinham em conta que o homem pode morrer a qualquer instante e, portanto, deve possuir tal conhecimento.

ViajandoNo início do século mantinha-se a mesma prática sendo as três viagens simbólicas a parte principal desse ensinamento.

O candidato tinha de passar por três pórticos ou portais. São invisíveis aos olhos do corpo físico, mas perteitamente reais porque estão constituídos com o pensamento.

O primeiro portal é um emblema da morte, ou seja, a passagem do mundo físico para a nova etapa de vida no subplano inferior do mundo astral. O candidato entra às cegas no mundo astral, mas nota o toque de um amigo que lhe toma a mão, e o guia pelo caminho. Este amigo simboliza o princípio astral ou emocional da constituição humana.

Ao dar a primeira volta na Loja, sente-se o candidato rodeado por horríveis ruídos, entre eles o retinir de cadeiras e de espadas, que revelam a barafunda e confusão dominantes no subplano inferior do mundo astral, onde se reúnem depois da morte os escravos da sensualidade, do temor, do ódio, da malícia e da vingança.

Quando o candidato chega ao segundo portal é apresentado aos elementos da terra e da água, pertencentes à região onde simbolicamente acaba de chegar, a qual é constituída pelos subplanos sólido e líquido do mundo astral. Estes elementos pertencern à espécie dos que às vezes são chamados espíritos da natureza que rodeiam e reconhecem daí em diante o indivíduo que lhes foi apresentado. Após esta cerimónia, se o candidato se achar em qualquer classe de perigo não f ísico, ou na presença de uma influência maligna, poderá atrair para o redor de si um corpo de guardas construído por estes elementos, rnercê da fraternidade que acaba de estabelecer corn eles.

O discernimento entre o superior e o inferior, entre o real e o irreal, capacitou o candidato a passar são e salvo pelas regiões ou subplanos inferiores do mundo astral. A passagern por estas regiões em peregrinação para os planos superiores, predispõe o candidato a entregar tudo quanto lhes pertence, isto é, toda a rnatéria pertencente àqueles níveis: a terra a terra e a água a água. Depois da morte devem permanecer nesta região todo aqueles que se apegam ao grau interior da existência emocional. Somente quando se tiverern purificado e estiverem prontos a abandonar as suas baixas emoções poderão passar para zonas superiores do plano astral. O candidato não permanecerá ali, porque o discernimento lhe ensinou que há algo melhor. Daí em diante ele será reconhecido como um dos Irmãos da luz e da imortalidade e não ern estado de trevas como os que se acham em níveis inferiores.

A segunda viagem simbólica é análoga à primeira, com a diferença de que os ruídos são suaves. O candidato está ainda no mundo astral, mas na parte intermediária, muito mais fina e subtil do que a que acaba de atravessar. Esta é a região das cegas paixões, e aquela a das comuns emoções humanas . Os desejos que apegam o homem à matéria desta região intermediária não são de modo algum repreensíveis, mas não favorecem o progresso.

O candidato chega ao terceiro portal, onde é apresentado aos elementos do ar e do fogo. A carência de desejos é a qualidade que pode capacitar o candidato a passar através dos engodos desta região, pelo que uma vez mais entrega aos elementos o que desta região possui. E passa adiante, já amigo deles, que estarão, sempre prontos a lhe emprestar os seus tesouros, porque sabem que é um Irmão da luz e que não os guardará para si mesmo, mas lhe dará boa aplicação e lhos devolverá oportunamente.

Nesta terceira viagem o candidato entra numa região de silêncio, símbolo dos subplanos superiores do mundo astral, contigua ao nundo celeste, onde não podem penetrar os sonhos ásperos e grosseiros.

Ao terminar esta viagem o candidato atinge os umbrais do mundo celeste, cujo silêncio perfeito lhe acalma os fatigados sentidos e o envolve numa tranquila e inefável paz. Atrás de si ficou o mundo inferior e adiante dele estão as alegrias do céu. Poder-se-á considerar a vida no plano astral depois da morte como uma série de viagens. A pessoa morta experimenta uma sucessão de bem assinaladas mudancas à medida que o seu corpo astral se vai subtilizando pela eliminação de partículas de matéria grosseira. Durante a vida física, as emoções do homem actuaram como imanes que atraíran para o corpo astral matéria grosseira dos subplanos inferiores desse plano, quando eram baixas, e matéria fina e subtil aos subplanos superiores do mesmo plano, quando eram elevadas. Após a morte, o homem tem de permanecer sucessivamente em cada um dos tais subplanos, até haver eliminado do seu corpo astral a matéria peculiar do subplano correspondente. O maçon que conhece o significado das viagens simbólicas, está preparado, depois da morte, para vencer as emoções baixas e libertar se prontamente da matéria grosseira a fim de passar quanto antes para o mundo celeste.

Luis P:. – A.:M.: – R:.L:.M:.A:.D:.
12.02.5993

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