O Caminho

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Muito recentemente, tive o grato prazer de ter estado alguns dias numa zona do nosso planeta única em termos da sua beleza natural da sua imensidão da aparente paz e tranquilidade.

É uma área marcamente habitada por seres hunanos mas riquíssima em fauna e flora. Através da sua vegetação luxuriante, cruzam-se rios carregando nnlhões de litros de água até aos pequenos e médios cursos, numa rede de canais que constitui um perigoso mas fascinante labirinto. Milhares de quilómetros a Oriente, essas centenas e centenas de cursos de água abraçam finalmente o Oceano.

A Natureza, da qual nós fazemos parte integrante, num todo indissociável, mostra nos frequentemente, se a obsevarmos e não apenas olharmos, quão perto de nós ela está.

Reflecte o nosso caminho, simultaneamente de paz e turbulência, mostrando também que a nossa luta interior, com as suas muitas batalhas ora perdidas ora ganhas, pode e deverá ter um epílogo de Paz de União de Fraternidade.

Ao percorrer algumas centenas de quilómetros por aqueles rios de grande, médio e pequeno caudal, três elementos predominavam a água, a floresta, e o azul do céu, os três como que embrulhados no silêncio, silêncio esse infelizmente mas necessariamente perturbado pelo matraquear do motor da canoa.

Em todos os rios de pequeno e médio porte, que servem como de ponte entre os de grande porte, a densa vegetação cai sobre as águas, como que as abraçando.

As águas são tão calmas, estão em tal estado de quietude que constituem uma superfície perfeitamente lisa estável como se de azeite se tratasse.

Nestas condições, torna se praticamente impossível distinguir a vegetação real do seu próprio reflexo.

Encontramos uma união perfeita entre as duas e o azul celeste, tambem reflectido na superfície.

Todos estes elementos distintos formam um todo indissociásel em equilibrio permanente, em paz como se de uma cadeia de união se tratasse.

A passagem do barco constitui a introdução dum elemento estranho e perturbador. Ondas formam-se e a perfeita união anterior desfaz se quase simultaneamente. O equilíbrio perde se. Restabelecer se á mais tarde mas não será permanente, numa alternância constante aparentemente imutável.

Assim como a floresta e o seu rcflexo, ora perfeito, ora imperceptível, a nossa pedra tanto é bruta como polida, tanto é cega como clarividente.

A nossa pedra, dentro do seu seio, tem um íntimo desejo de ser polida mas a luta contra as ondas da vida é feroz, impiedosa. No entanto, há momentos em que a pedra bruta se torna polida, tal qual a pontual união perfeita da floresta com o seu próprio reflexo na águas.

Quando um dia as ondas não tiverem mais força para quebrarem a união da floresta com o seu reflexo, então também as arestas da pedra bruta serão permanente limadas, as frestas removidas e a pedra será finalmente polida. A pedra será então Uma e tudo estará em União, em Harmonia, em Paz.

Contra essa pedra, as ondas passarão sem beliscar e a alternância não terá significado. É este o objectivo. Para o atingir, cabe a cada um iluminar o seu próprio caminho.

Prancha de Autor Não Identificado

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