A Luz

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A LUZ

A Luz tem desde tempos imemoriais uma importância enorme para os povos, os quais lhe associam os mais diversos significados e poderes.

A minha reflexão sobre este tema levou-me à busca interior do seu significado maçónico.

Analogamente ao que acontecia com os edifícios sagrados, também a nossa loja se encontra disposta de Oriente para Ocidente, ou seja, de Nascente para Poente.

Isto acontece para lembrar, a todos os que a compõem, a direcção da Luz.

A Luz como fonte de Divina Sabedoria e Amor Fraterno é de tal modo importante na maçonaria que no Ritual de Abertura dos Trabalhos, mal se abandona o mundo profano, é a primeira a ser indicada como elemento de referência em loja, quando pela voz do Venerável Mestre, este profere “Cultivemos a Fraternidade nos nossos corações e que os nossos olhares se voltem para a Luz” – acendendo-se então o Delta Luminoso a Oriente.

A Luz que se acende não é mais que uma luz material que no mundo profano permite ao homem observar o que o rodeia e lhe ilumina os passos que percorre bem como permite vermo-nos uns aos outros no seu reflexo.

Esta é uma luz ao serviço da personalidade e do ego.

Contudo para além do aspecto material da luz, quer ela seja natural ou artificial, o significado que se atribui em loja é num contexto Espiritual e é sobre este que passo a debruçar-me.

Esta Luz não serve a personalidade mas a alma; esta Luz não ilumina o exterior do homem mas sim o seu interior:

Esta Luz só ilumina o seu Templo Interior.

Quando ainda na situação de candidato, me foi dito que nos primeiros graus não poderia falar em loja e que tal situação duraria cerca de dois anos, achei que seria difícil suportar tal provação e que tudo faria para galgar rapidamente tais estágios.

De facto, tendo, como me reconheço, uma atitude normalmente participativa nos ambientes em que convivo, pensei quão sacrifício seria permanecer calado durante tão longo período.

Contudo, como desafio que assumi, admito hoje a utilidade de tal silêncio, o gosto que me tem proporcionado, pelo tempo de reflexão interior que me disponibiliza e, afinal, nem sequer tentei encurtar tal período, como os irmãos bem sabem.

Quantas vezes ao dialogarmos, nos limitamos a expor a nossa opinião para impressionar os que nos rodeiam sem sequer escutar os nossos interlocutores?

Em silêncio, de olhos abertos ou fechados, a Luz do Grande Arquitecto do(s) Universo(s) penetra o nosso interior, mais facilmente, por quanto possamos estar espiritualmente mais permeáveis.

Mas Bastará olhar para a Luz para a obtermos?

Certamente que não, esse é o grande trabalho do maçon em todos os seus graus e qualidades, o trabalhar a pedra bruta na construção do Templo Interior.

A Luz não pode ser uma dádiva, antes o culminar de um caminho de procura, meditação e amor fraterno.

Tal como ensina o Catecismo:

“Porque eu estava nas trevas e desejava a Luz – o Conhecimento e a Virtude que conduzem ao
G:. A:. D:. U:.”

A atitude primeira é a procura;

“Batei e abrir-se-vos-à
Buscai e achareis”

Antes de concluir, quero partilhar convosco uma outra reflexão que me leva a relacionar de um modo muito estreito a Cadeia de União e a Luz;

A Cadeia de União é o momento, em loja, em que todos os irmãos comunhão uma fé comum e partilham um sentimento fraterno entre si.

Que a Luz nos ajude a todos, a tolerar as diferenças e a perdoar as ofensas porque a Luz é Sabedoria e Amor, queiramos e permitamo-nos aceitá-la..

Desde quando és maçon?

Desde que recebi a Luz.

Autor Desconhecido

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