A 1ª Entrevista de Armindo Azevedo, Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal – GLRP
“…é um privilégio ser maçon e somos de facto uma elite comportamental e intelectual, unida por bons princípios e costumes.”
a Sul – como deve o comum cidadão português entender a Maçonaria? Porquê ser maçon?
O cidadão comum deve, num país democrático como o nosso, entender a maçonaria como uma organização que é composta por Homens que defendem as leis do seu país, que lutam pela liberdade, que procuram a verdade e que estiveram ligados a importantes causas humanas e solidárias.
Ser maçon é defender, assente em valores e princípios, os ideais anteriormente referidos na procura constante de mais conhecimento e de nos tornarmos melhores como pessoas e cidadãos.
a Sul – quantas maçonarias há em Portugal e o que as distingue?
Em Portugal há diversas “maçonarias” sendo que as mais importantes são a nossa, Grande Loja Legal de Portugal/ Grande Loja Regular de Portugal e o GOL. Presentemente a nossa é a maior e a única Regular que, por esse facto, goza de um grande reconhecimento e prestígio junto das maiores potencias maçónicas internacionais.
a Sul – ao que se sabe é Grão Mestre há pouco tempo, porque quis ser Grão Mestre e quais as principais linhas do seu mandato?
Sou Grão Mestre desde Setembro passado, e foi com muito orgulho que assumi este importante cargo. Num momento em que palavras como harmonia, união ou consenso, não são apenas virtudes elementares para qualquer maçon, mas necessidades objectivas, apresentei uma candidatura que reunisse em torno das minhas propostas as vontades e as energias para a exaltação da verdadeira fraternidade, em torno de projectos concretos e realizáveis.
Assumi o compromisso de demonstrar que somos uma organização virada para a sociedade, em que os maçons possam vir a ser reconhecidos como homens de confiança, livres e de bons costumes.
Como principais linhas refiro três projectos estruturantes para a Maçonaria Regular Portuguesa: a Casa de Saúde do Maçon, o Centro de Exposições e o Museu.
a Sul – as notícias que nos chegam da Maçonaria raramente são boas, para uma organização que se autoproclama composta por uma elite de bons costumes como é isto possível?
Na verdade, é um privilégio ser maçon e somos de facto uma elite comportamental e intelectual, unida por bons princípios e costumes. A imagem publica da Maçonaria é distorcida pela ignorância daqueles que falam mal de nós, e que desconhecem o trabalho desenvolvido em centenas de países em todo o mundo.
a Sul – quem pode ser maçon? Num tempo em que tanto se fala de igualdade porque não pode uma mulher ser maçon ao lado dos homens?
Podem ser maçons todos os homens livres, de bons costumes e maiores de 21 anos. A nossa regularidade assenta numa antiga tradição na qual as mulheres, por enquanto, não podem participar na Maçonaria Regular.
a Sul – quantos maçons há em Portugal? Como podemos identificar um maçon?
Em Portugal estima-se que haja, na sua totalidade, cerca de 4.500 maçons. Os maçons não se identificam por sinais exteriores, mas são facilmente identificados pelas suas acções fraternas e solidárias.
a Sul – a maçonaria em Portugal está bem implantada, quando comparamos com os nossos parceiros europeus? Há vantagens nisso para a sociedade portuguesa? Quais?
Os rácios em Portugal ainda estão muito aquém daquilo que acontece em outros países. Nós Maçonaria Regular privilegiamos a máxima exigência na selecção daqueles que devemos aceitar na nossa Ordem, como factor fundamental de promoção da união e da fraternidade que nos caracteriza. As organizações são fortes pela qualidade dos homens que as integram, não pela sua quantidade.
Daí que princípios como a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade tenham tornado possível unir milhões de homens que mudaram o mundo para melhor.
Em Portugal apoiamos vários projectos sociais e solidários e, recentemente, como foi amplamente divulgado, doamos uma mota ao INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, devidamente apetrechada com todos os meios necessários.
a Sul – qual a marca que gostaria de deixar no final do seu mandato?
Pretendo que no final do meu mandato o meu principal legado seja espiritual. Quero mais Paz e Harmonia e que cada maçon se comporte na vida familiar e profissional como um verdadeiro maçon, respeitador das leis do país e das leis e dos princípios maçónicos, e que as suas acções sejam eticamente irrepreensíveis e que sejam um exemplo para todos.
a Sul – os nossos leitores que tenham curiosidade em saber mais sobre a maçonaria o que devem fazer, há algum departamento aberto a que possam recorrer?
Podem aceder ao site da GLLP/GLRP e/ou visitar-nos na nossa Sede em Telheiras, Lisboa.
Carlos Cupeto
Retirado da página da GLLP/GLRP no Facebook. O semanário A Sul pode ser acedido AQUI