Uma anedota
Como o fim-de-semana se aproxima, decidi transcrever aqui uma anedota que ouvi há dias e que acho “deliciosa”.
Um industrial da nossa praça, tendo problemas com um equipamento informático, decidiu chamar um técnico. O técnico chegou, deu duas voltas ao equipamento e com uma simples chave de parafusos, deu 1/4 de volta num parafuso, tendo o equipamento ficado a funcionar perfeitamente.
Passados dias, chegou a factura. Tinha como descritivo “reparação informática – 1.000€”.
O nosso empresário, achando a factura demasiado alta para um simples quarto de volta num parafuso, decidiu solicitar uma factura discriminada. A nova factura que chegou já tinha duas linhas:
Apertar 1/4 de volta no parafuso – 1 €
Saber qual o parafuso a apertar – 999€
A factura foi paga.
(PAUSA PARA RISOS)
Desta anedota, é possível concluir que numa situação destas, quereríamos todos receber os 1000€, que são bem melhores do que só um.
O problema é que só tem direito aos 1000€, quem sabe realmente identificar qual é o parafuso que é preciso apertar. Não chega dizer que sabemos ou ter um diploma que diz que sabemos ou até fazer um movimento do tipo “os 1000€ quando nascem são para todos…” ou ainda “eu não sei, mas a culpa não é minha…, logo também tenho direito”.
Vem isto a propósito das dificuldades com que me defronto regularmente quando proponho formação aos meus colaboradores – é preciso quase impô-la. Estamos mais uma vez perante um problema “das duas ansiedades” – “deixem-me continuar a fazer o que sempre fiz, mas não me falem em deslocalizar a fábrica”.
Vem também isto a propósito da dificuldade que há em conseguir que muitos Maçons estudem, aprendam, perguntem… queiram saber mais. Por vezes, parecem esquecer-se de que Pagam para estar ali e estar ali, deve servir para alguma coisa em termos de evolução pessoal.
Como sociedade, temos todos de unir esforços no sentido de conseguirmos levar as pessoas a querer saber qual o parafuso a apertar, mais do que a apertá-lo.
Como? Persistindo e não baixando os braços, apoiando, motivando, reduzindo a resistência à mudança (ansiedade 1) e, em certos casos, ajustando ainda que ligeiramente a ansiedade 2.
Já agora, dava jeito que tivéssemos todos uma atitude mais “agrícola” – semear para colher. Creio que por vezes comemos as sementes e reclamamos quando não há mais.
Bom fim-de-semana
António Jorge
Publicado no Blog “A partir pedra” em 5 de Setembro de 2008